quinta-feira, 5 de março de 2020

Boémio trovador

Não sou um declamador,
e um escritor não sei se sou,
Nesta minha voz rouca, cansada,
De boémio trovador,
saem palavras rimadas,
Cores de emoções,
Versos sem métrica, perfeitos,
Plenos de sensações!

São poemas, o que escrevo,
Ou devaneios enlouquecidos!
Frases soltas, perdidas,
Momentos que tento, bonitos.

Pode ser a madrugada,
Ruas perdidas na escuridão,
Passos amorfos que não se escutam
Garrafas vazias, já esquecidas
Luvas rotas, estendidas,
Que tentam do frio cobrir a mão.

A caneta cansada
Velha companheira,
Sobre a mesa repousa,
e eu, embriagado,
de copo vazio adormeço
com o olhar perdido, embargado,
A mão na algibeira,
O corpo, no osso,
Sentado na cadeira!

- Jorge Ortolá -

Sem comentários:

Enviar um comentário

Utopia

Que utopia a minha, querer o Mundo , Pedir-te uma quimera, quem dera, Um beijo de sereia, que encandeia, O abraço eterno, profundo. ...