Chora leve e suave,
Numa nocturna melodia,
lá fora,
a chuva em chamamento,
numa calmaria.
Porque chora a chuva?
Por quem chama
tremenda amargura?
Poderiam ser ou seriam
apenas lágrimas perdidas
ou uma rega,
esquecida,
O entardecer!
Espreitei e não vi o que ouvi
ou o que escutei, estarei,
no regaço do leito
de onde espreito
a sonhar com o que vivi!?
Pensei em levantar
este esqueleto cansado
que aqui jaz, adormecido, abandonado,
que julga argumentar,
julga viver,
o choro escondido
o menino esquecido,
sentado,
assustado,
quase perdido,
pela vida encontrado,
quase esgotado.
Fiquei quieto, num silêncio desassossegado
Fechei os olhos
Tentei dormir,
Tentei voar,
Tentei esquecer.
E no silêncio cantado
das gotas que chamavam,
lembrei de ti,
sorri para ti,
contigo sonhei, quando adormeci!
- Jorge Ortolá -
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